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Caderno de Amélia de Valois Gouge

Caderno de Amélia de Valois Gouge

26
Jun25

Rua cortada

Tive de sair de casa e aconteceu-me uma coisa caricata. As coisas caricatas acontecem, habitualmente, fora de casa. A estrada em frente ao meu portão da garagem é estreita, apesar de ser permitida a circulação de carros nos dois sentidos, por isso, tem de haver sensatez por parte dos moradores. Neste caso, não a houve por parte do condutor de uma carrinha de entregas que estava parado em frente à casa do meu vizinho do lado. Estando a rua bloqueada num dos extremos devido à estrada perpendicular estar em obras, só poderia sair no outro sentido, por isso, assim que sai da garagem fiquei de frente para a carrinha. O homem da empresa transportadora disse qualquer coisa com agressividade agitando os braços. Enfim, tive de sair do carro para lhe dizer que a estrada no sentido para onde tinha virada a carrinha está bloqueada. «Não dá para passar?», perguntou. «Não», respondi e poderia ter acrescentado que a resposta é óbvia pela grande retroescavadora parada a 150 metros dali e, estando sentado a um nível superior a qualquer carro ligeiro, tem melhor visibilidade. Mas guardei estas considerações para mim, é sempre mais prudente não se dizer tudo o que pensamos. Por fim, o homem saiu de marcha atrás e eu segui com a minha vida. Fiquei a pensar, era um homem agressivo, sem qualquer ponderação e respeito por quem encontra pela frente, e eram 9h15, o dia ainda estava a começar.

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Amélia de Valois Gouge é um heterónimo da escritora Ana Gil Campos.